Condenado por sequestrar avião e por tráfico deixa presídio devido à covid-19, mas rompe tornozeleira e foge


Condenado por sequestrar um avião da Vasp e também por tráfico de drogas e associação para o tráfico, Gerson Palermo, de 61 anos, está foragido. Ele estava em presídio de segurança máxima de Mato Grosso do Sul, conseguiu prisão domiciliar por liminar judicial, mas rompeu a tornozeleira eletrônica na noite de quarta-feira (22) e fugiu.

A defesa de Palermo alegou à Justiça sul-mato-grossense que ele é idoso, diabético, hipertenso e com problemas renais e diante da pandemia de covid-19, deveria ser colocado em prisão domiciliar. O primeiro pedido foi negado, os advogados dele recorreram justificando constrangimento ilegal e o Tribunal de Justiça acatou em regime de plantão e liminarmente.

No entanto, a liminar foi cassada na quarta-feira, sob a justificativa que mesmo diante das afirmações, Palermo é considerado de alta periculosidade com penas que somam mais de 100 anos de prisão.

Agora, diante da fuga, o Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, disse que as autoridades dos países que fazem fronteira com o Brasil, por Mato Grosso do Sul, foram avisados da fuga. Falou ainda que está em contato com a Polícia Federal e que cabe a instituição pedir nome dele na lista da Interpol e na lista de mais procurados do país. Videira ressaltou que a fuga é um "grande prejuízo para segurança do estado".

A Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen) informou que assim que foi acusado no sistema de monitoramento o rompimento da tornezeleira de Palermo, acionou a Polícia Militar. Quando os policiais chegaram na casa dele, os familiares avisaram que ele já havia fugido.

O Departamento de Operações da Fronteira (DOF) foi alertado sobre a fuga e as diligências para recapturar Palermo continuam.

Palermo estava em regime fechado no sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul desde 11 de abril de 2017, após ter sido preso por tráfico de drogas.

A quadrilha integrada por ele foi descoberta durante "Operação All In" deflagrada em seis estados pela Polícia Federal em março de 2017. A ação resultou na apreensão de duas remessas da droga que somaram 810 kg de cocaína e na prisão de dois homens.

Pelo tráfico e associação para o tráfico, foi condenado a 59 anos e 9 meses de prisão. No entanto, ele já tinha outras condenações, as quais somam 66 anos e 9 meses de prisão, pelo sequestro do Boeing 727/200 da Vasp, em 16 de agosto de 2000.

O sequestro ocorreu cerca de 20 minutos após a decolagem da aeronave do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, com destino à Curitiba. Palermo, que já foi piloto, teria obrigado o comandante do voo a pousar no aeródromo de Porecatu. No município paranaense, a quadrilha fez a tripulação a abrir o compartimento de carga, de onde roubaram nove malotes do Banco do Brasil, contendo R$ 5,5 milhões, fugindo, em seguida, em um veículo também roubado.

Ele ficou conhecido quando, em agosto de 2000, sequestrou um Boeing de uma companhia aérea e levou 05 milhões que estavam na aeronave. É considerado um dos líderes do PCC.

Fonte: G1